Nova Iorque – 22.09.2025
O Presidente da República, João Lourenço, defendeu neste domingo (21), em Nova Iorque, a necessidade urgente de que África conquiste assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo o direito de veto, como forma de corrigir o que classificou como uma “injustiça histórica”.
Discurso na Cimeira da União Africana
Ao discursar na 7.ª Cimeira do Comité de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre a Reforma do Conselho de Segurança da ONU, realizada à margem da 80.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, João Lourenço salientou a importância de rever a representatividade das diferentes regiões do mundo no principal órgão de decisão da ONU.
Argumento Central da Reforma
“Um Conselho de Segurança que trata de África em cerca de 70% da sua agenda não pode continuar sem o continente como membro permanente”
Esta declaração do Presidente em Exercício da União Africana sublinha a contradição entre a relevância de África nas discussões do Conselho e a sua ausência como membro permanente.
Proposta Concreta de Representação
Segundo o Chefe de Estado, a reforma deve garantir:
- Dois assentos permanentes para África com todos os direitos e prerrogativas
- Cinco assentos não permanentes adicionais
- Assegurar justiça, equidade e inclusão
Direito Legítimo, Não Simbólico
“Esta não é uma reivindicação simbólica, mas um direito legítimo, fundamentado na realidade geopolítica atual. África não pode continuar a ser objeto das decisões do Conselho; deve ser sujeito ativo dessas decisões”
Apelo à Unidade Africana
Em tom de apelo à unidade, João Lourenço exortou a União Africana a manter-se firme e coesa na defesa dessa posição, convocando os líderes africanos à mobilização.
Reconhecimento da Relevância Africana
“África é o berço da humanidade, o continente da juventude e da resiliência. Contudo, apesar da sua relevância, continua sem voz efetiva nas estruturas de decisão do sistema multilateral”
Objetivo da Cimeira
A cimeira reuniu líderes africanos com o objetivo de reafirmar a posição comum do continente quanto à reforma do Conselho de Segurança da ONU, demonstrando a unidade africana em torno desta questão fundamental.
Esta intervenção de João Lourenço consolida a liderança de Angola na defesa dos interesses africanos no cenário internacional e reforça o compromisso com a democratização das instituições multilaterais globais.